A HISTÓRIA EM DATAS




Ontem comemorou-se o "Dia do Não Fumador."
O tabaco foi um dos produtos dados a conhecer à Europa através das viagens marítimas realizadas no período dos Descobrimentos. 
Rapidamente tornou-se num vício à escala mundial. “O hábito índio de fumar tabaco causou inicialmente aos Europeus o maior espanto e repugnância. Parecia-lhes coisa do demónio ver gente a deitar fumo pela boca e pelo nariz. A pouco e pouco, porém, também os colonizadores aderiram a este hábito por julgarem que era benéfico para a saúde. Foi através dos Portugueses e dos Espanhóis que o consumo do tabaco foi introduzido na Europa e, mais tarde, na África e na Ásia. Passou, assim, a ser um terrível vício para milhões de pessoas (…).” (Maria Emília Diniz, Adérito Tavares, Arlindo M. Caldeira, "História 8", Lisboa, Lisboa Editora, 2004, p.46).
Para algumas pessoas fumar era uma forma de “acalmar” a fome, de refrescar em épocas quentes e de aquecer em períodos chuvosos e frios. Ao analisarmos a fonte histórica que se segue podemos concluir que o tabagismo era visto por muitos como um hábito saudável. Mas nem todos tinham esta opinião como é o caso do autor deste documento:
“Há quem nunca tire da boca o tabaco em fumo e dos narizes o tabaco em pó e há muitos que nem de ambas as maneiras se fartam dele. (...) No fim dos banquetes, a última iguaria é um prato mui formoso cheio de canudinhos, como eles lhe chamam, feitos de folhas secas de tabaco enroladas. Chupam esses canudinhos, acesos por uma ponta, reprimindo o fôlego quanto podem. Dizem que aos que têm fome o tabaco serve de pão, aos que estão encalmados os refresca, aos que têm frio os aquece. (...) Eu melhor que acreditar em tais virtudes, acredito no que muitos me disseram ser coisa normal: abrindo-se alguns mortos em certas ocasiões, lhes acharam, pela continuação e ardor deste fumo, tudo por dentro negro e tostado, como uma chaminé” (Padre Gaspar Afonso, "Relação da viagem da nau S. Francisco", 1596).
Via: Associação de Professores de História.

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