O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá eleito livro da semana









Jorge Amado escreveu O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá em 1948, para o seu filho João Jorge, quando este completou um ano de idade. O texto andou perdido, e só em 1978 conheceu a sua primeira edição, depois de ter sido recuperado pelo filho e levado a Carybé para ilustrar.
Com ilustrações belíssimas, para um belíssimo texto, a história de amor do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá continua a correr mundo fazendo as delícias de leitores de todas as idades.




O Tempo prometera a Manhã uma rosa azul se a história que ela lhe contasse fosse boa. Era uma história de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.
Gato Malhado era um gato já velho, mal-humorado e muito mau. Um dia, todos os animais do parque fugiram do gato mas uma jovem andorinha permaneceu num galho de uma árvore. Tiveram um pouco a conversar, ou melhor discutir.
Desde ai, o Gato Malhado só pensava na Andorinha Sinhá e vice-versa. Numa manhã ele passeou pelo parque e os seus pés levaram-no até a casa da Andorinha. A partir daí todos os dias se encontravam para passear e conversar. Já no fim do Verão, o Gato disse a Andorinha que até casava com ela, ao qual ela respondeu que andorinhas não se casavam com gatos. Depois disso, a Andorinha andou desaparecida.
Andou pela boca dos animais um boato que a Andorinha namorava com o Gato, e todos criticavam ambos.
Algum tempo mais tarde, já no Outono, o Gato soube que a Andorinha estava de casamento marcado com o Rouxinol, muito amigo dela. Desde então, o Gato Malhado, passou a andar triste e mal-humorado para todos.
Revoltado, o Gato matou alguns dos animais que começaram com os boatos.
Já no Inverno, ocorreu o casamento do Rouxinol com a Andorinha Sinhá. Era tanta a tristeza do Gato Malhado, que ele decidiu caminhar até ao Fim do Mundo. Este viu a Andorinha, pela última vez no casamento, ela também o viu. Na cara dela via-se também tristeza, pois gostara também do Gato, mas fora obrigada a casar com o Rouxinol.
A Andorinha Sinhá deixou cair uma pétala de rosa do seu buquê sobre Gato, a qual ele colocou no peito, parecendo uma gota de sangue.
Quando o gato saiu de lá, a pétala brilhou e encaminhou-o até ao Fim do Mundo.
Assim, a Manhã recebeu a rosa azul do Tempo

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